História e Características do Vinho Espumante

O vinho Espumante caracteriza-se pela produção de bolhas persistentes no momento em que abrimos a garrafa. É um vinho que normalmente está associado a requinte e a momentos de celebração e apresenta-se geralmente em branco ou rosé, mas também existe Espumante tinto.

A História do Vinho Espumante

A história do Espumante começou em França, no século XVII, numa região chamada Champagne. Nessa altura, os vinhos eram comercializados em tonéis e a sua principal característica era serem efervescentes, o que acabava por ser um problema para a conservação e para o transporte. Com a invenção das garrafas em 1680, veio o grande problema para os vinhos de Champagne, uma vez que estes sofriam uma segunda fermentação quando eram colocados na garrafa, o que fazia com que estas explodissem.

Dom Pérignon, monge beneditino, era o responsável pelos vinhos e tinha o objetivo de resolver esse problema. Ao estudar, percebeu que graças ao gás carbónico as garrafas explodiam, por isso sugeriu que estas fossem reforçadas. Foi Dom Pérignon quem mais se dedicou ao processo da segunda fermentação na garrafa, que hoje em dia é conhecido por Champenoise.

Características do Vinho Espumante

A melhor forma de distinguir os tipos de Espumante é através do tipo de fermentação. Existem três tipos: Asti, Charmat e Champenoise.

• Vinho Espumante Asti – O gás neste tipo de vinho é resultado direto da fermentação das uvas. Normalmente são vinhos mais simples, frescos e aromáticos.
  Exemplos: Astis italianos e espumantes de Moscatel.
• Vinho Espumante Charmat – Ao contrário do Asti, o produto base é o vinho já fermentado. Coloca-se o vinho em tanques de fermentação, adiciona-se uma solução com leveduras e nutrientes e processa-se uma nova fermentação. O resultado é um espumante mais complexo e com mais estrutura que o anterior.
  Exemplos: Proseccos italianos e espumantes do Brasil.
• Vinho Espumante Champenoise – É o método utilizado para fazer o Champagne. É importante saber que o Espumante só é considerado Champagne se for produzido através deste método e produzido na região francesa de Champagne. O início do processo é igual ao Charmat, a diferença encontra-se na segunda fermentação, pois no Charmat a fermentação é feita em tanques, no Champenoise acontece na garrafa.
  Exemplos: Champagnes, Cava e Franciacorta, alguns espumantes do Douro e do Brasil.

Durabilidade do Vinho Espumante antes de abrir

• NV, Branco, Rosé, Prosecco Cava simples: 1 a 3 anos
• Champagne NV, Cava com vintage: 3 a 6 anos
• Champagne Vintage: 6 a 15 anos

Castas mais usadas no Vinho Espumante

Tal como os outros tipos de vinhos, o Espumante pode ser feito através de várias castas, mas cada denominação de origem limita as castas permitidas na sua área.

• Champagne – Pinot Noir, Meunier e Chardonnay.
• Espumante do Vale dos Vinhedos – Espumante reconhecido internacionalmente, brasileiro, feito normalmente das castas Chardonnay e Pinot Noir.
• Cava – Macabeo, Xarel-lo, Parellada, Chardonnay, Garnacha tinta, Subirat Parent, Pinot Noir, Monastrell e Trepat.
• Prosecco – Glera, mínimo 85%. Os outros 15% pode ser dividido entre Verdiso, Bianchetta Trevigiana, Perera, Glera Lunga, Chardonnay, Pinot Bianco, Pinot Grigio e Pinot Nero.

Tipos de Espumante de acordo com o grau de açúcar

• Brut Nature – inferior a 3 gramas por litro
• Extra Brut – inferior a 6 gramas por litro
• Brut – inferior a 12 gramas por litro
• Extra Dry – entre 12 a 17 gramas por litro
• Séc – entre 17 e 32 gramas por litro
• Démi Séc – entre 32 e 50 gramas por litro
• Doux – superior a 50 gramas por litro

Temperatura ideal para beber o Vinho Espumante

O ideal para o Espumante é ser bebido bem fresco, no entanto nunca deve ser menos de 5ºC. Os espumantes mais simples devem ser servidos entre 6 a 8ºC e, os mais complexos entre 9 e 12ºC. Um Champagne mais maduro deve ser servido a 10ºC pois se estiver demasiado fresco, perde a perceção dos aromas e do sabor.

Harmonização do Vinho Espumante

O Espumante é um vinho ideal para ser servido de entrada, a acompanhar aperitivos. São ótimos para acompanhar uma boa feijoada já que a sua frescura e acidez tira-nos o sabor da gordura da carne.

Em Portugal, a Região Vitivinícola da Bairrada é conhecida por ter um dos melhores espumantes, sendo este tradicionalmente harmonizado com leitão assado, também muito famoso nesta região.

Os espumantes doces combinam bem com comidas doces, como é o caso do bolo de nozes, brigadeiro, doce de leite. No entanto, combinam também com uma boa tábua de queijos azuis com gorgonzola e roquefort.

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