O Vinho da África do Sul

Em abril do ano de 1652, um comandante holandês chamado Jan van Riebeeck, deu início ao processo de colonização da África do Sul e fundou a cidade do Cabo. Três anos mais tarde, em 1655, plantaram-se as primeiras vinhas na cidade do Cabo dando início à vinicultura no país. No entanto, foi só no ano 1659 que as uvas foram prensadas pela primeira vez, produzindo o primeiro vinho sul-africano.

Ao longo do tempo, plantações foram sendo espalhadas por outras regiões do país; Constantia foi a principal delas, produzindo vinhos de grande qualidade e tornando famosa a produção da África do Sul. Já no século XIX, a produção começou a diminuir, especialmente com as pragas nas vinhas e por causa das guerras que decorreram nessa época. No início do século XX, houve uma retoma da vitivinicultura, com medidas cujos efeitos perduram até hoje, como a criação de associações e cooperativas que ajudaram a revigorar a produção de vinhos no país.

A África do Sul

É um país localizado no extremo sul do Continente Africano, entre os oceanos Atlântico e Índico, com 2798 quilómetros de litoral. O país é conhecido pela sua biodiversidade e pela grande variedade de culturas, idiomas e crenças religiosas.

É um dos membros fundadores da União Africana, da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Tem ainda a melhor infraestrutura e a segunda maior economia do continente.

Imagem: Rhino Africa Blog

Terroir da África do Sul

O clima na África do Sul é temperado, tendo verões agradáveis e invernos frios; as chuvas são entre maio e agosto. Conta ainda com ventos vindos do Oceano Atlântico, refrescados pela corrente de Benguela, que acabam por amenizar o calor do verão. Além disso, os ventos frios vindos do sudeste, chamados de “Cape Doctor”, baixam as temperaturas do interior do país.

Regiões vinícolas da África do Sul

O país tem cinco regiões vinícolas: Constantia, Franschhoek, Paarl, Stellenbosch e Swartland.

Constantia: foi a primeira região que se dedicou ao cultivo de uvas. Hoje está dividida em cinco propriedades: Klein Constantia, Groot Constantia, Buitenverwachting, Constantia Uitsig e Steenberg. As vinhas desta região estão entre as mais antigas do país e têm uma boa reputação de produzir ótimos Sauvignon Blanc.

Franschhoek: é um belo e estreito vale a leste de Stellenbosch, polo da alta gastronomia sul-africana. Fundada por Huguenots, franceses que chegaram ao Cabo por volta de 1688 após a perseguição religiosa em França. Aqui encontram-se muitas vinhas de alta qualidade.

Paarl: a histórica cidade de Paarl fica no fértil vale do rio Berg aos pés das montanhas Paarl. Todos os vinhos são reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade. A cidade sofre baixa influência das correntes marítimas frias e as temperaturas costumam ser elevadas no verão, verificando-se, no entanto, temperaturas mais baixas durante a noite. Tem também uma grande variedade de altitudes e tipos de solo.

Stellenbosch: fundada em 1679 pelo Governador Simon van der Stel. É a região com o maior número de produtores (300), entre eles os mais famosos, sendo responsável por cerca de 14% da produção anual de vinho do país. É considerada a região que fabrica os melhores vinhos da África do Sul, com destaque para os tintos, especialmente no que diz respeito aos “blends”.

Swartland: antigamente era uma região de cultivo de milho e o seu sucesso como região vitivinícola é recente. Localizada ao norte da Cidade do Cabo, Swartland costumava ser conhecida como uma região produtora apenas de vinhos baratos. Atualmente, alguns dos melhores Syrah e Chenin Blanc de vinhas antigas vêm deste local.

Tipos de Vinho da África do Sul

A África do Sul é um país que só utiliza praticamente castas internacionais para produzir os seus vinhos, por isso podemos encontrar qualquer tipo de vinho neste país. Desde vinhos brancos frescos com ótima textura, de aromas a frutas tropicais, até vinhos tintos encorpados, intensos de boa acidez.

Imagem: Mala de Aventuras

Castas da África do Sul

O país planta acima de tudo castas europeias, uma vez que não possui castas autóctones. No entanto, desenvolveu alguns cruzamentos de muito sucesso: a tinta Pinotage e a branca Nouvelle.

A casta tinta Pinotage foi uma casta criada em 1925 pelo Professor Abraham Perold a partir de Pinot Noir and Cinsaut (Hermitage). Produz vinhos elegantes, intensos, com corpo moderado e textura macia e aveludada.

A casta Nouvelle foi uma casta criada em 1964 pelo Professor Chris Orffer, da Universidade Stellenbosch, a partir de (Crouchen Blanc) e Ugni Blanc (Trebbiano). É conhecida pela seu sabor herbáceo e apimentado.

As principais castas internacionais cultivadas são nas brancas a Chardonnay, Chenin Blanc, Riesling, Sauvignon Blanc, Semillon Blanc e Viognier; e nas tintas a Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Cinsaut, Merlot, Pinot Noir e Syrah.