O Vinho da Argentina

A vinicultura na Argentina teve início em 1551, quando colonizadores espanhóis trouxeram diferentes castas para iniciar uma produção. As boas condições climáticas ajudaram a impulsionar a atividade no centro e no norte do país, onde estavam localizados os colonizadores. Nessa altura, os monges desenvolveram a sua própria produção com o seu próprio sistema arcaico, com castas americanas que produziam um vinho mais doce.
No final do século XVIII, existiam 10 mil hectares de vinhas e já no início da década de 90 do século XX, eram mais de 200 mil hectares.

A Argentina está hoje em dia entre os cinco maiores produtores de vinho do mundo, com aproximadamente 217 mil hectares de vinhas plantadas, uma produção de três milhões de caixas anuais e exportação de 25% da sua produção.

Imagem: Vinitude - Clube dos Vinhos

A Argentina

Localizada na América do Sul, é um pais de vasto território. É o segundo maior território da América do Sul e é também o terceiro país mais populoso desse continente, ficando apenas atrás do Brasil e da Colômbia. É banhado pelo Oceano Atlântico e faz fronteira com a Bolívia, o Brasil, o Chile, o Paraguai e o Uruguai.

O território argentino abrange uma área de 2 766 889 km², onde vivem aproximadamente 40,2 milhões de habitantes.

Terroir da Argentina

O clima da Argentina é árido e seco. O interior do país é marcado pela atuação do vento Zonda, formado pelas brisas frias vindas do Pólo Sul, através do Chile. Esse mesmo vento, desce até às planícies mais baixas e afeta acima de tudo três sub-regiões: La Rioja, San Juán e Mendoza, o que traz consequências para a vinicultura, como a insolação, grande intensidade de luz ultravioleta, pouca chuva e necessidade de irrigação para evitar a falta de água nas plantas.

Os solos argentinos são predominantemente arenosos e o sistema de irrigação é feito muitas vezes por alagamentos, o que facilita a absorção de água pelas raízes das vinhas.

Imagem: Turismo Acessível

Regiões Vinícolas da Argentina

A Argentina é composta por dez regiões vinícolas organizadas em três grupos: Norte, Cuyo e Patagónia e Região Atlântica.

Grupo Norte

Jujuy: situada no extremo noroeste do país. A casta mais plantada nesta região é a Malbec e os vinhos são encorpados, com uma cor quase preta, marcando a identidade dos vinhos de altitude extrema.

Salta: marcada pela presença de vinhedos de altitude, a área começa a ser cultivada a 1530 metros e atinge os 3111 metros. A localidade de Cafayate é o centro de referência da vitivinicultura do Norte, concentra 75% dos vinhedos de Salta.

Catamarca: a região tem um clima continental árido, muito seco, e os seus solos são arenosos e profundos. A casta com maior cultivo nesta região é a Torrontés Riojano.

Tucumán: a elevada altitude, a influência do sol, os ventos suaves e os solos franco-arenosos fazem com que o vinho tucumano tenha cores brilhantes, aromas simples com sabores doces, frutados e maduros. As castas mais plantadas nesta região são a Malbec, a Cabernet Sauvignon e a Torrontés.

Grupo Cuyo

Mendoza: esta região concentra 75% do total de vinhedos da Argentina. É a região vinícola mais importante e um dos principais centros produtores do mundo. Possui 20% da área total de uva Malbec plantada no país, embora aqui também se destaquem a Bonarda, a Cabernet Sauvignon, a Syrah e a Tempranillo.

San Juan: é a segunda maior região vinícola em importância e volume da Argentina, com 17% da área total plantada no país. O clima é quente e seco, o que se reflete na qualidade dos vinhos. A casta predominante desta zona é a Syrah.

La Rioja: constituída por vales, de clima quente e noites temperadas. A casta Torrontés é nativa desta zona o que faz com que seja predominante. Os vinhos desta região são de estrutura média e de acidez moderada.

Imagem: Instinto Viajante

Grupo Patagónia e Região Atlântica

Neuquén: nesta região, a produção de vinho concentra-se no sudeste do território. Tem um clima quente, noites frias e forte sequidão. Os vinhos desta região apresentam uma grande concentração de cor, alto nível frutado nos aromas, são encorpados e estruturados.

Rio Negro: os vinhos desta região caracterizam-se por terem uma boa relação de álcool e acidez, produto de uma maturação lenta das uvas.

La Pampa: situada no centro do país, apresenta um clima continental moderado, tendo outonos e primaveras suaves, verões quentes e invernos frios.

Buenos Aires: composta por um conjunto de serras e planícies onduladas de escassa altura. Tem um clima húmido, muito vento e baixa amplitude térmica. Aqui podemos encontrar vinhos mais frescos e elegantes de elevada complexidade aromática.

Chubut: constitui o ponto mais a Sul para o cultivo de vinhas na Argentina. Região de frio extremo, fortes ventos e presença de geadas durante toda a temporada, o que produz vinhos frescos, com notas frutadas e boa acidez.

Tipos de vinho da Argentina

Os vinhos da Argentina são vinhos muito expressivos, frutados, complexos, com boa estrutura e concentração na boca. São muito versáteis, uma vez que podem ser consumidos desde muito jovens ou passado alguns anos da sua produção.

Castas da Argentina

Na argentina podemos encontrar uma grande variedade de castas, tudo depende da região em que estivermos:

Jujuy: Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Sauvignon Blanc e Syrah.
Salta: Cabernet Sauvignon, Malbec, Tanta e Torrontés.
Catamarca: Bonarda, Cabernet Sauvignon, Malbec e Syrah.
Tucumán: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Torrontés.
Mendoza: Bonarda, Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah e Tempranillo.
San Juan: Bonarda, Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah e Torrontés.
La Rioja: Bonarda, Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah e Torrontés.
Neuquén: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Malbec, Merlot e Pinot Noir.
Río Negro: Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Torrontés.
La Pampa: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Malbec e Merlot.
Buenos Aires: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Malbec, Merlot e Sauvignon Blanc.
Chubut: Chardonnay, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Torrontés.