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O Vinho de Itália

O Vinho de Itália

A introdução e a presença do vinho em Itália deve-se a dois povos, os Fenícios e os Gregos. Os Fenícios inicialmente comercializavam os vinhos na Sardenha e na Sicília, e os Gregos foram os responsáveis pela introdução de novas variedades de castas e pelo consumo regular de vinho pelos italianos.

 

História de Itália

A Itália está localizada no centro-sul da Europa. O território do país abrange cerca de 301.338 km² e tem um clima temperado. Com 60,6 milhões de habitantes, é a 5ª nação mais populosa da Europa e a 23ª do mundo.

Durante grande parte de sua história pós-romana, a Itália foi fragmentada em vários reinos – como o Reino da Sardenha; o Reino das Duas Sicílias e o Ducado de Milão – e foi unificada em 1861, após um período tumultuoso da história conhecido como “O Ressurgimento”.

A Itália possui três grandes zonas onde estão situadas as várias regiões vinícolas: Norte, Centro e Sul.

 

Vinhos de Itália

Imagem: Italy Wine Market

 

Terroir de Itália

O clima em Itália varia de região para região.

O norte da Itália (Milão, Turim e Bolonha) tem um clima continental, já a sul de Florença, o clima é mediterrânico, com verões secos e ensolarados. O clima das áreas litorais da península é muito diferente do interior, particularmente nos meses de inverno. Estas têm um clima mediterrânico típico com invernos amenos e verões quentes, geralmente secos.

Há diferenças notáveis nas temperaturas, sobretudo durante o inverno: em dezembro ou janeiro pode nevar em Milão, enquanto em Nápoles as temperaturas estão nos 12°C.

O solo é argilo-calcário, o que faz com que os vinhos italianos tenham uma grande qualidade e caráter singular, uma vez que este tipo de solo tem uma alta capacidade de retenção e drenagem de água graças ao calcário.

 

Regiões Vinícolas de Itália

Em Itália podemos encontrar 19 regiões vinícolas, espalhadas de Norte a Sul do país. As regiões do Norte estão localizadas entre os Alpes e os Apeninos, no vale do Rio Pó. As áreas mais próximas ao mar tendem a ter níveis de precipitação mais altos, o que deixa as vinhas suscetíveis a ataques de fungos. Já no Centro, as vinhas estão plantadas nos vales e colinas dessas montanhas, que exercem uma influência moderada sobre o clima quente. O Sul, é quente e seco, no entanto, algumas vinhas recebem influências que ajudam a diminuir o calor.

Norte

  • Valle d’Aosta: tem menor produção de vinho do que as outras regiões do país, embora os seus vinhos possam ocasionalmente ser encontrados nos mercados de exportação. A sua produção é quase 70% vinho tinto. As principais variedades de uvas da região são Petit Rouge, Nebbiolo, Pinot Nero, Prié Blanc e Fumin.
  • Piemonte: é mais conhecida pelo Barolo e Barbaresco, junto com outros vinhos tintos populares feitos de Barbera e Dolcetto, o Gavi branco e o espumante Asti. As principais variedades de uvas da região são Barbera, Moscato, Dolcetto e Nebbiolo.
  • Liguria: não é muito conhecida fora da Riviera porque a sua produção é muito pequena, a segunda menor das regiões italianas. A sua produção é principalmente de vinho branco. As principais variedades de uvas da região são Vermentino, Pigato (que na verdade é uma mistura de Vermentino) e Rossese.
  • Lombardia: é mais conhecida pelos vinhos espumantes de método clássico de Franciacorta. As principais variedades de uvas da região são Croatina, Pinot Nero, Chardonnay e Barbera.
  • Trentino-Alto Adige: o vale do rio Adige é conhecido pelos seus vinhos de clima frio com rótulos variados, principalmente brancos (dois terços da sua produção). As principais variedades de uvas da região são Chardonnay, Pinot Grigio e Schiava.
  • Veneto: é mais conhecido pelo vinho tinto Valpolicella, Soave branco e Prosecco espumante. Mais de três quartos da produção desta região é vinho branco. As principais variedades de uvas da região são Glera, Garganega, Merlot, Corvina e Pinot Grigio.
  • Friuli-Venezia Giulia: é conhecida por vinhos brancos feitos de variedades como Pinot Grigio e Friulano. Produz maioritariamente vinho branco. As principais variedades de uvas da região são Pinot Grigio, Merlot e Friulano.
  • Emilia-Romagna: é mais conhecida pelos vinhos tintos efervescentes, muito populares, feitos de Lambrusco. As principais variedades de uvas da região são Trebbiano, Lambrusco e Sangiovese.

 

Centro

  • Toscana: famosa pelos tintos feitos de Sangiovese, especialmente Brunello di Montalcino e Chianti. A variedade de uva dominante na região é a Sangiovese, e tem a maior proporção de vinho tinto de qualquer região - 85%.
  • Umbria: é mais conhecida pelos vinhos brancos da cidade de Orvieto, e pelos vinhos tintos de Montefalco. As principais variedades de uvas da Umbria são Sangiovese, Trebbiano e Grechetto.
  • Marche: é conhecida pelos vinhos brancos feitos de Verdicchio e pelos vinhos tintos à base de Montepulciano, como Rosso Cònero e Rosso Piceno. As principais variedades de uvas da região são Sangiovese, Montepulciano e Verdicchio.
  • Abruzzo: produz tinto e branco e as principais variedades de uvas da região são Montepulciano e Trebbiano.

 

Sul

  • Molise: região um pouco desconhecida no mundo do vinho. As principais variedades de uvas da região são Montepulciano e Trebbiano.
  • Lazio: é mais conhecida por vinhos brancos como Colli Albani e Frascati. As principais variedades de uvas da região são Malvasia e Trebbiano.
  • Campania: é mais conhecida pelos vinhos tintos feitos de Aglianico, como Taurasi, e pelos vinhos brancos feitos de Falanghina, Fiano e Greco. A principal variedade de uva da região é Aglianico.
  • Puglia: ainda não é muito conhecida, mas à medida que a qualidade melhora, os seus vinhos despertam grande interesse. As principais variedades de uva da região são Sangiovese, Primitivo, Negroamaro e Trebbiano.
  • Basilicata: não é muito conhecida, produzindo menos de 0,2% da produção total do país. A principal variedade de uva da região é Aglianico.
  • Calabria: é provavelmente mais conhecida pelo Cirò DOC. A principal variedade de uva da região é a Gaglioppo.
  • Sicília: já foi mais conhecida pelo vinho Marsala, embora hoje seja mais proeminente pelos vinhos secos do Etna. As principais variedades de uvas da região são Catarratto e Nero d’Avola.
  • Sardegna: é mais conhecido por vinhos tintos feitos de Cannonau e vinhos brancos feitos de Vermentino. As principais variedades de uvas da região são Cannonau (35%) e Vermentino (28%).

 

Tipos de vinho em Itália

Dependendo de certas características alheias à qualidade do vinho, podemos dividir os vinhos italianos em quatro categorias:

 

  • Vino da Tavola: são mais baratos e simples, normalmente são para consumo diário. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália.
  • Indicazione Geografica Tipica – IGT: é aplicada aos vinhos elaborados em regiões geográficas específicas.
  • Denominazione di Origine Controllata - DOC: determina desde o sistema de poda e plantio dos vinhedos, rendimento máximo por hectare, teor alcoólico dos vinhos, técnicas de vinificação e critérios de envelhecimento.
  • Denominazione di Origine Controllata e Garantita - DOCG: é atribuída aos vinhos Barbaresco, Barolo, Gattinara e Asti, em Piemonte; Franciacorta, na Lombardia; Brunello de Montalcino, Carmigiano, Chianti, Vino Nobile di Montepulciano e Vernaccia di San Gimignano, na Toscana; Albana di Romagna na Emilia Romagna; Montefalco Sagrantino e Torgiano Rosso Riserva, na Umbria; Taurasi na Campania.

 

No que toca às características do vinho italiano, podemos distinguir as seguintes:

  • Classico: uma denominação que diferencia algumas DOC em níveis de qualidade, por exemplo Chianti e Chianti Classico.
  • Superiore: vinho que envelhece no mínimo um ano antes da comercialização.
  • Riserva: vinho que envelhece no mínimo três a cinco anos antes da comercialização.
  • Spumante: vinho espumante, elaborado tanto pelo método Charmat ou pelo método Champenoise.
  • Frizzante: vinho ligeiramente espumante.
  • Secco, Abbocado, Amabile e Dolce: definem o teor de açúcar do vinho que pode ser: seco, práticamente sem açúcar (secco); meio seco ou demi-sec, com teores médios de açúcar (abbocado e amabile); francamente doce (dolce).
  • Liquoroso: vinho fortificado ou naturalmente forte.
  • Passito: vinho elaborado de uvas semi-desidratas (passas).
  • Ripasso: vinho (Valpolicella) que após elaborado é deixado a repousar nas borras de fermentação do Amarone, ganhando corpo, sabor e teor alcóolico.

 

Vinhos de Itália

Imagem: Donatella Cinelli Colombini

 

Características dos Vinhos de Itália

A Itália oferece uma grande variedade de sabores, estilos, tipos, e até mesmo cores, de vinhos, o que faz com que sejam o maior produtor e exportador de vinho no mundo.

 

  • Barolo: obra-prima de Piemonte, feito com a uva Nebbiolo. Seco, tinto e bem escuro, com álcool a 12%, é o acompanhamento perfeito para caça e carnes.
  • Barbaresco: também de Piemonte, feito com a uva Nebbiolo, deve ser bebido jovem a partir do terceiro ano. Harmoniza bem com massas com molhos.
  • Valpolicella: é um tinto do Veneto, com um delicado aroma de nozes. O clássico é o mais apreciado.
  • Bardolino: vinho tinto pálido, deve ser bebido jovem, provém de uvas regionais como a Corvina, a Molinara, a Negrara e a Rondinella.
  • Verdicchio: produzido de 80% de uvas do mesmo nome. Vinho jovem e fresco, deve ser consumido logo. Acompanha antepasto, massas leves e peixes.
  • Frascati: vinho feito com Malvasia, Candia e Trebbiano. Seco com cor palha brilhante.
  • Gavi: branco seco, oriundo da uva Cortese, acompanha frutos do mar.
  • Prosecco: vinho espumante, originário da uva com o mesmo nome, produzido próximo de Veneza.
  • Lambrusco: vinho jovem, frisante e leve.

 

Castas de Itália

A maior parte das castas em Itália são plantadas tendo em conta a região em que se encontram, isto é, no Norte, Centro e Sul do país são cultivadas castas totalmente diferentes. Isto porque cada uma se adapta melhor a certo tipo de terroir, de maneira a que no fim seja produzida uma qualidade de vinhos única.

As castas tintas mais famosas de Itália são a Aglianico, uma casta antiga do Sul de Itália; a Barbera, que produz vinhos encorpados; a Corvina, de sabor concentrado e taninos sedosos; a Dolcetto, que produz vinhos mais fáceis de beber; a Nebbiolo, de sabor de rosas e especiarias; a Sangiovese, a mais popular e mais cultivada no país; e por fim a Montepulciano, que produz vinhos com sabor de cereja e amora.

No que toca às castas brancas, Itália tem também uma grande variedade. A Arneis, uma das melhores castas brancas, normalmente plantada em Piemonte; a Cortese, uma casta branca que origina vinhos refrescantes; a Garganega, encontrada em Vicenza e Verona; a Trebbiano, a uva branca mais cultivada da Itália; e a Verdicchio, casta da região de Le Marche na região central da Italia.