Região Vitivinícola do Porto e Douro

Sub-Regiões da região vitivinícola do Porto e Douro

A região do Douro é subdividida por três regiões: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.

Imagem: IVDP

• Baixo Corgo
  A maior área de vinha é na sub-região do Baixo Corgo, onde ocupa cerca de 32,2%. É mais fresca e chuvosa, o que faz com que as vinhas sejam mais férteis. As suas uvas dão origem a vinhos mais suaves e de amadurecimento precoce. Nesta sub-região encontra-se uma grande diversidade de vinhos, alguns mais próximos do carácter mineral dos Vinhos Verdes, outros já a lembrar a fruta madura do Cima Corgo. É também a sub-região mais perto da cidade do Porto.

• Cima Corgo
  É o coração do Douro. Existe uma maior concentração de açúcar nos bagos de uva, o que faz com que se produzam muitos dos vinhos do segmento superior do Vinho do Porto. Aqui encontram-se os maiores produtores de vinhos do Porto.

• Douro Superior
  É a maior das três sub-regiões. É conhecida pelo seu famoso Moscatel. O Douro Superior é selvagem e isolado, sujeito a condições climáticas extremas, Invernos muito frios e Verões escaldantes. Historicamente, a plantação de vinhas aqui tem sido limitada.

Tipos de vinhos e castas da região vitivinícola do Porto e Douro

Existe uma grande variedade de castas na região do Porto e Douro. Algumas vinhas ainda têm a tradicional mistura de castas e existem muitos enólogos que consideram essa mistura como a chave para ter um vinho de qualidade. No entanto, outros afirmam que as melhores uvas para vinhos tranquilos são quatro das castas que crescem atualmente em vinhas modernas, de variedade única: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Vinhão.

Por outro lado, as castas brancas mais usadas nesta região são: Malvasia Fina, Gouveio, Viosinho, Códega e Malvasia Rei.

• Tintos
  Os tintos do Porto e Douro são vinhos produzidos principalmente a partir de castas como a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Vinhão e Tinto Cão. Mas também existem vinhos feitos só de uma casta, principalmente das 3 primeiras.

  A maioria dos tintos jovens apresenta uma cor rubi e aroma de frutos vermelhos que normalmente são complementados por notas florais e de madeira. Este tipo de vinho deve ser servido idealmente entre os 13 e 15ºC.

  Existem também os tintos de guarda, que são vinhos com uma boa profundidade de cor e têm aromas complexos e intensos. Uma vez que os provamos, o vinho amacia mas mantém-se equilibrado. A maior parte dos vinhos de guarda produzidos nesta região apresenta no rótulo a designação Reserva ou Grande Reserva.

• Brancos
  Os vinhos brancos da região do Porto e Douro são produzidos a partir das castas Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio e Rabigato. Os brancos jovens são de cor pálida, com aromas a fruta e florais. Este tipo de vinho deve ser consumido a uma temperatura entre 8 e 10ºC.

  Por outro lado, os brancos de guarda são vinhos de boa complexidade e a maior parte das vezes fermentam ou estagiam em madeira, o que faz com que tenham uma cor dourada. A temperatura ideal para beber este vinho é os 12ºC.

• Rosés
  São vinhos feitos através de uma maceração ligeira de uvas tintas e normalmente utilizam-se as mesmas castas dos vinhos tintos. Apresentam uma cor rosada e aromas de framboesa e cereja. Uma vez na boca, são suaves, doces e ácidos. Devem ser servidos frescos, a uma temperatura entre os 10 e 12ºC.

• Outros
  Menos relevantes que os anteriores, existem ainda o Moscatel do Douro, o Espumante do Douro, a Colheita Tardia e o vinho novo (feito da última vindima).

Terroir da região vitivinícola do Porto e Douro

Os solos na região do Porto e Douro são compostos de xisto, uma rocha metamórfica fortemente laminada. Rico em nutrientes, este solo tem também a útil propriedade de retenção da água. Este solo partilha a qualidade essencial de muitos solos vitícolas - a capacidade de permitir que as videiras se desenvolvam enquanto modera o seu acesso à água e consequentemente os seus rendimentos de produção.

• Leptossolos - é o solo dominante da área não ocupada com vinha, sendo constituída por solos que têm como característica principal a presença de rocha dura a menos de 30cm de profundidade.
• Cambissolos - solos com espessura superior a 30cm.
• Fluvissolos - são solos derivados de depósitos aluvionares recentes, localizados em superfícies de deposição de sedimentos. Ocupam uma área restrita, ocorrendo a maior mancha no Vale da Vilariça.

Em relação ao clima desta região, estando esta situada em vales profundos protegidos por montanhas, caracteriza-se por ter Invernos muito frios e Verões muito quentes e secos.

As serras do Marão e de Montemuro servem como barreira à penetração dos ventos húmidos de Oeste. A precipitação varia muito ao longo do ano, com valores maiores em Dezembro e Janeiro e com valores menores em Julho ou Agosto.

A exposição ao sol é um factor fisiográfico muito importante na caracterização climática de qualquer região. No caso da região do Douro, a margem norte do rio está sob a influência de ventos secos do sul, estando a margem sul exposta aos ventos do norte, mais frios e húmidos, e a uma menor insolação. Sendo assim, a temperatura do ar é maior nos locais expostos a sul.

Harmonização dos vinhos da região vitivinícola do Porto e Douro

Os vinhos tintos fazem uma ótima combinação quando são servidos com carnes vermelhas, queijos, massas e pizzas. No entanto, se o vinho for um tinto seco, combina melhor com massas com molho de ervas, queijos brancos ou amarelos. Por outro lado, se for um vinho tinto mais encorpado, é ideal combiná-lo com carnes assadas e queijos mais duros e fortes.

Os vinhos brancos, sejam eles frutados ou encorpados e fermentados, é ideal combiná-los com deliciosos peixes e frutos do mar. Podem também ser combinados com saladas ou massas de molhos leves. Nunca devem ser combinados com comidas temperadas ou carnes vermelhas.

Os vinhos rosé são ideais para acompanhar carnes grelhadas e magras, pratos mais leves, pequenas entradas e omeletes.

Por último temos os espumantes, vinhos muito versáteis uma vez que ficam bem com diversos pratos, desde carnes de porco mais gordas como com entradas e queijos brancos.